terça-feira, 3 de maio de 2011

Vidas Paralelas

“Quando a gente morre, deixamos o corpo físico, mas o que é feito do corpo virtual?”

Digo isso porque volte e meia me deparo com uma vida paralela nos ambientes virtuais. Vocês já pensaram na quantidade de pessoas que já morreram, mas continuam a receber mensagens nas páginas do Facebook, Orkut ou afins? Fala sério...chega a ser hilário!!

Esses dias atrás li uma crônica que tentava comparar a vida que levamos na internet com a idéia que temos de espírito. Ou seja, pela internet, podemos nos relacionar com as pessoas sem tocá-las, exercemos influência e somos influenciados, naturalmente, pelas verdades e mentiras contadas nesta terra onde jamais colocaremos os pés.

Até ai tudo bem!! Mas e quando as páginas começam a se tornar mensageiras do além? Mensageiras sim! Quero ver quem já não viu o povo postando textos nos perfis com frases de indignação, desespero, dor e sofrimento?

Eu vou dizer: desesperada estou EU se eu chegar a morrer!! (to batendo na madeira) Fala sério!! O que será feito do meu corpo virtual? Isso me apavora!! Eu fico pensando que não vou ter mais controle dos recados postados na minha página na internet. Imaginem a frase: “descanse em paz”, e pra piorar um retardado vai lá e coloca “curtir” (como alguém pode curtir isso?). Eu to rachando de rir, mas é ridiculoo!!

Acredito que, além do funeral, que serve para se despedir do falecido, rever parentes distantes, discutir com os menos apreciados, devemos também dar adeus aos nossos perfis na internet. Eu NÃO vou suportar a idéia de frases sem noção no meu perfil. Aliás, do jeito que as coisas andam pelos perfis (#pósmortem, se assim posso dizer), temo o dia em que serão psicografadas mensagens que devem ser postadas na seção “no que você está pensando agora” do Facebook huahauhauha.

As minhas cinzas, alguém que tenha algum afeto por mim, certamente me fará a cortesia de jogá-las ao vento (se eu tiver dindin). Mas as minhas senhas do Orkut, Facebook, farão parte da minha herança. E o herdeiro será aquele que, assim como eu, quer que os perfis de rede sociais descansem em paz, sem direito ao CURTIR.