quarta-feira, 28 de março de 2012

* Mente, decisões e guerra *

Freud foi o cara que desvendou a maior parte da mente humana. Ele dizia que dentro da gente existem dois lados: o Id e o Superego. Mas não precisa de Freud, nem ninguém dizer que é verdade, pois sabemos que existem mesmo dois extremos: o lado bom e o lado mau, o anjinho e o diabinho! E como sempre lá estamos nós, bem no meio do bombardeio, sem saber pra que lado olhar, e qual conselho seguir!

Naqueles momentos difíceis em que temos uma decisão para tomar, um lado pede pra fazer a coisa errada e o outro pede pra fazer a coisa certa. Um lado diz que não tem problema, e o outro quase grita: não ouse fazer isso! Como se não bastasse ter que ouvir a opinião de quem mora fora da nossa cabeça, nós mesmo temos dois conselheiros que vivem em guerra, aqui bem dentro da nossa consciência. E que guerra! Não seria bem melhor se todo mundo só tivesse o lado bom? Assim não haveria nada de ruim, de errado, de proibido. Então porquê não é assim? É que às vezes o errado é mais gostoso. O proibido é mais interessante. O desafio é mais emocionante. Já o certo é sempre certo. Mas ser só bonzinho é chato. Então, por mais estranho que parece ser, ninguém é de tudo bom e nem de tudo mau.

Ninguém faz tudo certo, ou tudo errado. Me lembro das vezes em que matei aula, fugi do castigo e enganei meus amigos em alguns jogos. Também não me esqueço quando não matei aula, não precisei de castigo, ajudei alguém a fazer algo. Tudo bem, às vezes um dos lados ganha, e a gente se arrepende de alguma forma. Mas precisamos de cada um dos dois. Precisamos do id para aproveitar as coisas da vida, e do superego para botar limites nas estripulias. Precisamos do lado mau para dizer não em certas situações e do lado bom para ceder em outras. Precisamos dessa guerra que não tem data para terminar. Enquanto estivermos aqui bem no meio do fogo cruzado, ouviremos um lado, o outro, um lado e o outro, fazendo o certo, o errado, o certo e o errado, de novo.